Em junho de 2014, o Jornal de Santa Catarina publicou matéria sobre o leitor dermatoglífico desenvolvido em Joaçaba pelo pós-doutor Rudy Nodari Junior e pelo engenheiro de software Alexandre Heberle, ambos ligados à Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC). Reproduzimos a matéria a seguir.
Genética na ponta dos dedos
Aparelho analisa impressões digitais e pode indicar predisposições genéticas
Por meio de um leitor dermatoglífico, aparelho desenvolvido em Joaçaba, Meio-Oeste catarinense, pelo pós-doutor Rudy Nodari Junior e pelo engenheiro de software Alexandre Heberle, é possível identificar predisposições genéticas para doenças em um teste de apenas três minutos de análise das digitais. As marcas nas pontas dos dedos pode dizer, por exemplo, quais mulheres têm mais chance de desenvolver câncer de mama. Para esses casos, a probabilidade de acerto ao utilizar o aparelho chega a 78%.
- Já temos informações suficientes para dizer que temos uma ferramenta prognóstica em doenças para o ser humano, validada cientificamente e com robustez matemática. É um novo olhar - explica Nodari.
O catarinense Rudy Nodari Júnior desenvolveu o aparelho
A tecnologia, patenteada e reconhecida cientificamente como única no mundo, é capaz de identificar de maneira imediata e barata os riscos e predisposições de um paciente. O equipamento é associado a um software que faz leitura e análise das impressões digitais de maneira informatizada. Antes este mesmo estudo era feito manualmente, com a ajuda de uma lupa.
Com o leitor, é possível dar mais precisão ao resultado e reduzir para menos de 10% o tempo análise em comparação com o método que até então era utilizado e considerado o padrão mundial. A ideia é que o resultado dos relatórios emitidos seja utilizado antes de outros exames mais complexos.
- Nossas pesquisas têm sido divulgadas nas grandes publicações científicas do mundo. Temos suporte suficiente para que em breve tenhamos uma ferramenta comercial possível de estar nas clínicas médicas, laboratórios, hospitais, e onde mais for necessário - salienta Nodari.
Nesse sentido, a dermatoglifia é uma ferramenta não invasiva e complementar aos processos. O registro das impressões digitais dos pacientes pode ser utilizado durante vários anos, já que as marcas não mudam, diferente de um exame de sangue.
- A principal barreira ainda para colocar no mercado é como comunicar esses resultados aos pacientes. Essa é uma área de estudo na saúde. - completa o pesquisador.
vida@santa.com.br
Saiba mais
Digitais pela prevenção
- A dermatoglifia estuda as impressões digitais como uma marca genética e de desenvolvimento embrionário. As marcas são imutáveis e o leitor dermatoglífico tende a ser utilizado também em consultórios médicos. A ideia é apostar em métodos preventivos.
- Cado o paciente descubra que pode desenvolver determinada doença, deverá redobrar os cuidados e até tomar medicações. As medidas possivelmente vão evitar a evolução da patologia.
Como funciona a análise
- Através do leitor dermatoglífico, ligado a um computador, são coletadas impressões digitais dos 10 dedos das mãos e, de forma imediata, o software emite relatórios relacionados à identificação de potencialidades e também predisposição genética para doenças. O procedimento dura cerca de três minutos e, se fosse disponibilizado ao público, teria um custo aproximado de R$ 150,00, de acordo com o médico.
- É possível reconhecer padrões relacionados ao talento para o esporte e aproveitar essas informações na hora de planejar o treinamento esportivo e direcioná-lo conforme as características de cada atleta e do objetivo que se pretende alcançar.
- Na predisposição genética para o desenvolvimento de determinadas doenças, uma determinada linha da digital pode indicar que a pessoa terá câncer de mama no futuro ou hipertensão arterial, por exemplo.
Fonte: Jornal de Santa Catarina - Vida - 23/06/2014 - p. 4.
Reportagem e texto: Daisy Trombetta
Imagem: Daisy Trombetta