segunda-feira, 26 de maio de 2014

Curitibanos: Almanak-Laemmert - 1918 - Parte I: aspectos gerais

Reproduzimos dados referentes ao município de Curitibanos encontrados no Almanak Laemmert de 1918, que fornecem interessantes informações sobre a história do município. Mantivemos propositalmente o texto em sua grafia original, por entender que isso enriquece a postagem. O texto convida à pesquisa complementar, pois muitas informações precisam ser interpretadas à luz dos conhecimentos de hoje - por exemplo, a presença do leão no lugar, provável alusão ao puma, também conhecido como leão-baio. 


Floresta de araucárias no município de Curitibanos - 1959

CORITIBANOS - Comarca e municipio


Foi em 1749 que os paulistas começaram o seu transito por Coritibanos; em 7 de Agosto de 1766 era
     povoação de Lages. Sómente em 1800 foram construidos alguns ranchos no logar onde hoje existe a
     villa. O municipio comprehende o grande planalto que separa o systema fluvial do Rio Canôas e Iguassú.

Limites: Os municipios de Lages, Blumenau e Canoinhas.

Districtos: Coritibanos e Santa Cecilia.

Viação: Estradas de cargueiros pessimas para os municipios limitrophes; a estação de estrada de ferro mais
     proxima e a de Rio Caçador, da S. Paulo-R. Grande.

Serras: Esperança e Espigão.

Rios: Canôas e seus afluentes, rio Maromba que recebe o Taquarassú, rio Correntes com os seus afluentes,
     Patos, Serra, Bonito, Bonitinho, Paiol, Pena Don, pela margem direita do rio da Pedra, Portella,
     Sumidor, Itajahy com os seus affluentes: Pombas, Trombudo e Pombainho, quasi todos com importantes
     quedas de agua. (Veja Almanaks anteriores).

Clima: Ameno e saudavel.

Povoados: Pontes Altas e Santa Cecilia.

Mineraes: Na serra do Espigão: crystaes de rocha, amarellos, roxos e azulados, granito, itacolomito e
     quartzo. Na Serra do Timbó: carvão, chumbo, cobre, ferro e crystal de rocha. Na Serra das Perdizes:
     feldspatho, silicio, etc.

Flóra: Araucária brasiliensis, canelas, canema, guamirim, ferro, casca de anta, ilex paraguayaensis, o botiá,
     japecanga, bugre, velame, cipó, timbó, gengibre, losna, salva, tanchagem, ciúna, jalapa, tayuyá, espinho
     de carneiro, orelha de gato, aconito, arnica e outras mais vulgares.

Fauna: Mamiferos, o macaco, o bugio, o vampiro, o leão, a onça, o tigre preto, a jaguatirica, o gato do
     matto, o gorilha, o guará, o aguarachain, o irara, a lontra, a paca, o zurilha, o coati, o ouriço, o coandri, a
     capivara, a cotia, o coelho, a anta, o cervo, o tamanduá bandeira, o tamanduá mirim, o tatú, o mulito, o
     cuico, e outros.

Aves e passaros: o gavião branco, o carancho, a gralha, o canario, a rabilonga, a tezourinha, chapim, o
     bicolor, João de Barro, o pintado, o pintasilgo, o colibri, o pica-pau, o Martim pescador, o tucano, o
     marácana, o tiriva, o jacú, o zocó, a garça, a cegonha, o curicara e outros.

Reptis: o kagado, a jararacussú, a jararaca, a cascavel, e a cobra coral.

Amphibios: o sapo boi, o sapo martello e a rã.

Peixes: o jundiá, o dourado, o surnay, o cará, lambary, o piava e o nichola.

Insectos: ametabolas, myrmeleon, carabus, hydrophilus, emus, necroplovus, cetonias, dynastes, geotrupes,
     buquetis, elater, zanabios, tetramera hylobim, hymenapter, as apis, andrena, ammophilas, entomophagas,
     rhodites, lirex, lepidopteras ou borboletas, borboletas nocturnas e outros.

Culturas: Cereaes, o milho, a cevada, o trigo, o centeio, a aveia, o arroz, etc.

Exportação: Fumo, queijo, xarque, milho e feijão.

População: 10.000 habitantes

CORITIBANOS. - Villa, séde da comarca e do municipio, está situada á altitude de 900 metros; latitude
     29° 17' 4''; longitude do Rio de Janeiro, 7° 24' 40''; longitude W. Greenvich 50° 35' 1''; dista de
     Florianopolis cerca de 48 leguas; 4.000 habitantes.

     
Fonte: Almanak Laemmert - 74° Anno - 2° Volume - Estados - 1918 - p. 4198.
Imagem: Pedro Pinchas Geiger e Tibor Jablonsky - disponível em www.biblioteca.ibge.gov.br

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Lages: "SC Abraça - As cidades mais acolhedoras de Santa Catarina"

O município de Lages está na Serra, mas é ocasionalmente citado aqui por ser uma espécie de ancestral dos municípios do Meio-Oeste e Oeste catarinenses. Sua população cresceu 7,78% por conta da imigração entre 2000 e 2010, segundo estudo realizado neste período pelo IBGE. O Jornal de Santa Catarina, ao divulgar o resultado do estudo, publicou o texto a seguir, de autoria do atual governador Raimundo Colombo, que nasceu e mantém raízes em Lages, cidade onde viveu uma infância tradicionalista. Com esta postagem, fechamos a série "SC Abraça - As cidades mais acolhedoras de Santa Catarina."


 

A vida em Lages prioriza a amizade e a convivência, garante o governador de SC


     "A amizade e a simplicidade são as características mais marcantes do lageano. Arrisco até a dizer que o frio da Serra contrasta com o calor dos nossos corações. Cresci numa família humilde e muito unida. Meu pai - comerciante e pecuarista - tinha o Armazém Colombo, no Centro da cidade. Mas não era apenas um local para venda de produtos. Com o passar do tempo o comércio se transformou no ponto de encontro de amigos.
     No sobrado da Rua Quintino Bocaiúva, o armazém ocupava o andar térreo, e no piso superior era a nossa casa onde eu e mais nove irmãos tivemos uma vida privilegiada, cheia de sabores e emoções. Uma das peças da casa que mais me encantava era a radiola, objeto de cuidados do meu pai. Minha mãe, com aquele jeitinho que só as mães têm, me ensinou que a simplicidade é o caminho para enxergar a beleza das coisas.
     Lages para mim é mais do que a cidade que nasci. É uma janela para as lembranças mais caras da minha infância. O cheirinho do pão quentinho feito pela mãe, a sopa reconfortante depois de um dia que se dividia entre a escola, as brincadeiras e uma ajudinha no armazém, que era o ganha-pão da família. Lembro que, nas noites frias, todos nos juntávamos perto do fogão à lenha para comer pinhão na chapa. Confesso que essa é uma das coisas que mais gosto de fazer até hoje.
     A região serrana tem algumas particularidades. Claro que a vida moderna, com todas as suas coisas boas e ruins, também chegou lá, mas ainda é possível ter uma boa qualidade de vida. Em Lages, estresse se cura com um passeio pelo campo ou uma boa conversa com um amigo.
     Cada vez mais vejo as pessoas em busca de simplicidade, porque nossa rotina é complexa e cansativa. Imagine abrir a janela numa manhã ensolarada e ver uma paisagem como a da Coxilha Rica, que, além da sua beleza geográfica, conta a história de homens de garra e coragem que abriram estradas, contribuíram para o nascimento de cidades. Ver aquelas araucárias imponentes riscando a paisagem, o riacho de pedras, a divisão de terras feitas por taipas, num trabalho que beira uma obra de arte.
     Lageano gosta de conviver, gosta de receber bem os visitantes. Em torno disso é que vem o desenvolvimento econômico, as oportunidades. Acho que a nossa filosofia de vida, esse nosso jeito quieto e carinhoso de ser tem atraído muita gente, não só para conhecer o frio e se deliciar com a nossa gastronomia, mas para morar e investir na cidade. E, como está expresso no Hino de Lages, nossos sorrisos são sempre de amor."

Fonte: Jornal de Santa Catarina - Encarte SC Abraça - As cidades mais acolhedoras de Santa Catarina - 1º Caderno: Oeste e Serra - 24/06/2012.

Texto: Raimundo Colombo
Reportagem: Daisy Trombetta, Darci Debona e Pablo Gomes.
Produção: Roberta Kremer e Mariju de Lima
Edição: André Lückmann
Diagramação: Fabiano Peres
Imagem: Antonio Carlos Mafalda, Divulgação Secom

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Treze Tílias: "SC Abraça - as cidades mais acolhedoras de Santa Catarina"

Um estudo do IBGE realizado entre 2000 e 2010 demonstrou que a população de Treze Tílias teve um incremento de 9,49% decorrente da imigração. Em junho de 2012 o Jornal de Santa Catarina publicou o resultado do estudo em questão e dedicou a Treze Tílias a matéria a seguir.



     Um laço cultural permanente marca a rotina dos imigrantes austríacos que vivem em Treze Tílias. A cidade tem, proporcionalmente, o maior número de estrangeiros do Estado (1,53%). Por conta disso, é conhecida como a maior colônia austríaca no Brasil. Não por coincidência, o município respira ares europeus quando se avalia a cultura e o modo de vida de seu povo.
     Há 14 anos, Simone Wimtpissnger abandonou a Europa acompanhada pelo marido, catarinense, e adotaram Treze Tílias para morar. Mesmo depois de tanto tempo, a austríaca ainda arrasta forte sotaque no português e faz questão de manter suas raízes culturais.
     Simone trabalha como guia turístico em um hotel e não tem planos de ir embora. Ela destaca a limpeza e a qualidade de vida do município, que considera ideal para criar as filhas, de 14 e de 16 anos.
     - Elas têm a adolescência que eu tive na Áustria. Podem andar de bicicleta, a cavalo. São poucos os lugares onde isso ainda é possível. Em casa, só falamos alemão e preservamos a cultura. Mas a nossa casa é no Brasil - frisou.
     A Áustria virou destino de férias, que visita os parentes "sempre que pode".


Fonte: Jornal de Santa Catarina - Encarte SC Abraça - As cidades mais acolhedoras de Santa Catarina - 1º Caderno: Oeste e Serra - 24/06/2012.

Reportagem: Daisy Trombetta, Darci Debona e Pablo Gomes.
Produção: Roberta Kremer e Mariju de Lima
Edição: André Lückmann
Diagramação: Fabiano Peres
Imagens: Vani Boza

domingo, 4 de maio de 2014

Campos Novos: "SC Abraça: as cidades mais acolhedoras de Santa Catarina"

Considerada o 'celeiro de SC', Campos Novos viu sua população crescer 9,63% entre os anos de 2000 e 2010, conforme demonstra estudo realizado no período pelo IBGE. O Jornal de Santa Catarina registrou o fato num encarte por meio do texto a seguir.


 
Plantação de trigo em Campos Novos
     
Com economia baseada no setor agrícola, principalmente na produção de grãos, Campos Novos se tornou um atrativo no Meio-Oeste catarinense. É considerado um bom lugar para trabalhar e para investir em negócios. Tanto que 9,63% da atual população veio de fora.
     A produção de grãos é responsável por grande parte do movimento econômico da cidade, que pouco mais de 32 mil habitantes e é considerada o celeiro catarinense. Por conta disso, o setor é bastante valorizado no cenário nacional, o que contribui para a qualidade de vida e a rotina tranquila dos moradores.
     Foi também em busca de sossego que o atual presidente da Cooperativa Regional Agropecuária de Campos Novos (Coopercampos), Luiz Carlos Chiocca, se mudou para a cidade. Natural de Capinzal, fixou residência e constituiu família no município.
     - Todos os meus negócios estão aqui e sinto prazer em estar desempenhando meu trabalho. É um excelente lugar para se viver. Estou há mais de 37 anos no celeiro catarinense, contribuindo com o desenvolvimento deste município, que me acolheu e me proporciona as maiores alegrias de minha vida.

Fonte: Jornal de Santa Catarina - Encarte SC Abraça - As cidades mais acolhedoras de Santa Catarina - 1º Caderno: Oeste e Serra - 24/06/2012.

Reportagem: Daisy Trombetta, Darci Debona e Pablo Gomes.
Produção: Roberta Kremer e Mariju de Lima
Edição: André Lückmann
Diagramação: Fabiano Peres
Imagem: Marcos Berlanda - disponível em http://www.panoramio.com/photo/63190091