Nesta postagem referente à reprodução de textos do encarte "Retratos do desenvolvimento", ao qual vimos nos dedicando há algum tempo, afinal o justo espaço pertencente a Chapecó, ícone do desenvolvimento do Oeste de Santa Catarina. Lá, em função de atividades junto à Universidade do Oeste de Santa Catarina, assim como em Joaçaba, fiz muitos e bons amigos. Aliás, o texto comete uma injustiça ao omitir a UNOESC, incorporada à vida de Chapecó há poucos anos, mas, graças ao seu competente corpo docente e administrativo, já consolidada no universo acadêmico da cidade e região e contribuindo decisivamente para com o seu desenvolvimento.
Um vilarejo cercado por mato, onde se destacam as araucárias ao fundo. Este é o cenário de Chapecó na década de 1930. A sede do atual município recentemente havia sido definida. Já tinha sido no Distrito de Marechal Bormann e até em Xanxerê. A escolha da região do Passo dos Índios foi em 1931. O traçado das ruas foi todo planejado, com avenidas largas. Ainda não havia rua calçada. O Rio Passo dos Índios cortava a Avenida Getúlio Vargas.
Chapecó nas décadas de 1930 e 1940 abrangia uma área de aproximadamente 14 mil quilômetros quadrados, estendendo-se de Joaçaba até a fronteira com a Argentina. De acordo com o responsável pelo Centro de Memória do Oeste Catarinense, Miriam Carbonera, nesta época, o comércio de terras para famílias de italianos e alemães vindos do Rio Grande do Sul e, em muitos casos, de países europeus, possivelmente era o negócio mais lucrativo. Além da extração florestal e da agricultura.
Miriam, que é técnica em Arqueologia da Unochapecó, conta que a exploração da madeira trazia a industrialização da região, com a criação de serrarias. Também alguns pequenos comércios iam se formando ao passo que eram formadas as vilas, linhas ou comunidades. A madeira era transportada até a Argentina pelo Rio Uruguai por meio de balsas. Os balseiros tinham que esperar as cheias do rio para conseguir passar pelo Salto do Yucumã, que fica próximo a Itapiranga, entre o município gaúcho de Derrubadas e a fronteira com a Argentina. Alguns mantimentos eram buscados no Rio Grande do Sul, utilizando a travessia com balsa.
Nas décadas de 1930 e 1940, observa-se crescimento populacional. Se o município contava, na década de 1920, com pouco mais de 11 mil habitantes, no final da década de 1940, já contava com aproximadamente 40 mil habitantes. As agroindústrias ainda não haviam chegado. No alto da avenida se destacava a igreja, que depois acabaria queimada no episódio do Linchamento, em 1950, e substituída pela atual Catedral Santo Antônio.
GARGALOS PARA O CRESCIMENTO
A maior cidade do Oeste apresentou um crescimento de 24,9% entre 2000 e 2010, segundo o IBGE. Chapecó passou de 146 mil para 183 mil habitantes. O que, há um século, era um vilarejo, hoje é uma cidade de médio porte, que está adquirindo maturidade. Tanto que, neste ano, ganhou seu primeiro shopping center. A agroindústria ainda continua sendo o grande indutor do crescimento.
Um dos gargalos para o crescimento é melhorar os acessos, tanto na duplicação da BR-282 quanto na melhoria do trânsito na cidade. De acordo com o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unochapecó, Alexandre Maurício Matiello, o atual modelo, com possibilidades de manobras e cruzamentos, deve ser substituído por vias de mão única e faixas exclusivas para transporte coletivo.
POLO QUE SE CONSOLIDA
Em menos de uma década, Chapecó se consolidará como polo do Oeste não só na agroindústria, mas também nas áreas de educação e saúde. A Universidade Federal da Fronteira Sul estará funcionando no campus próprio. O aeroporto, que já estará ampliado, deve ter uma decolagem a cada 30 minutos, segundo cálculo do secretário de Planejamento do município, Márcio Sander. A cidade deevrá contar com 250 mil habitantes em 2020.
A Arena Condá estará concluída e a Chapecoense disputando a Série B do Campeonato Brasileiro. A cidade será abastecida por água do Rio Chapecó, pois o Lageado São José não dará mais conta da demanda. O Goio-Ên terá se tornado uma atração turística com hotel e Parque Aquático.
População: 183.530 habitantes em 2010
Área: 624,304 km2
Quem nasce lá é...chapecoense
Emancipação: 25 de agosto de 1917
Reportagem: Ângela Bastos, Melissa Bulegon e Paola Loewe.
Fotos históricas: Acervo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina
Fotos atuais: Eduardo Cavalcanti, Felipe Carneiro e Alvarélio Kurossu.
Fonte: Retratos do desenvolvimento. Passado, presente e futuro das cidades catarinenses a partir de fotos históricas: Oeste , Meio-Oeste e Serra. Grupo RBS. Diário Catarinense, A Notícia e Jornal de Santa Catarina: 24/11/2011. p. 6-7.
Professor Wieland, nos apresenta mais uma reportagem, do Grupo RBS, Diário Catarinense, a Noticia e Jornal de Santa Catarina com Reportagem: Ângela Bastos, Melissa Bulegon e Paola Loewe. Como estudioso e conhecedor da região onde lecionou e por lá conheceu muita gente, acrescenta sua experiência e vivencia no município de Chapecó.
ResponderExcluirA cidade se tornou referencia no desenvolvimento da região Oeste Catarinense.
De um Vilarejo em 70 anos se torna uma pujante cidade e importante de Santa Catarina, da exploração da madeira, agroindústria – e com eficiência na edução e saúde, primordial pra o desenvolvimento de qualquer região.
No esporte, tradição em JASC e no futebol com a Chapecoense sempre destaque no cenário catarinense.
Parabéns a bela “Xapecó” de outrora dos 14 mil Km² a Chapecó, que nos enche de orgulho de hoje.
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história em Blumenau