terça-feira, 20 de março de 2012

Joaçaba: "Retratos do desenvolvimento" - 24/11/2011

Damos continuidade à reprodução das matérias do encarte "Retratos do desenvolvimento" referentes aos municípios do Meio Oeste e Oeste de Santa Catarina, distribuído pelos jornais do Grupo RBS no final de 2011. Na presente postagem, o texto sobre o município de Joaçaba, que, juntamente com Herval d'Oeste, por conta de eternos laços fraternos construídos há precisos 10 anos, e do rio que a corta, considero cidade-irmã da minha terra natal.


          O cheiro doce ainda está no ar. Não saído da chaminé da velha fábrica, mas na memória dos antigos moradores da Rua XV de Novembro, Centro de Joaçaba. Os primeiros registros da rua são de 1925, a principal testemunha do crescimento do município. Se hoje seus quarteirões estão ocupados por lojas, fábricas, repartições públicas e edifícios residenciais, no passado abrigavam, entre outros estabelecimentos, uma pequena indústria de guloseimas. A comerciante Delci Fappa, 70 anos de vida e 50 como moradora, lembra bem desses tempos:
          - Era um cheirinho... Aqui era a "rua dos ricos", com muitas mansões. As famílias com menos posses moravam em outros lugares. Tudo era muito diferente de hoje, sem asfalto e bem menos movimento.
          Outros moradores mencionam também uma moenda de café, aproveitando-se da farta produção de pés nas chácaras nos arredores. Agora, no lugar dos antigos casarões, novos estabelecimentos. Laboratórios, lojas, espaços comerciais e edifícios residenciais. A Rua XV de Novembro, palco também do Carnaval da cidade, assiste à expansão de um núcleo que começou com a colonização de famílias gaúchas, principalmente as da região de Caxias do Sul, de origem italiana e alemã que, de posse de pequenas colônias de terra, deram os primeiros passos na produção agrícola.


          A área do município, durante muitos anos, era expressiva territorialmente, com terras férteis e matas nativas, o que proporcionou a exploração da madeira e da erva-mate, atividades que eram desenvolvidas paralelamente à agricultura. Mais tarde, começaram a surgir as primeiras indústrias de implementos agrícolas, acentuando as atividades comerciais e formando a base econômica do município, que passou a liderar uma região potencialmente produtiva. Com o forte comércio já predominando e com o surgimento das primeiras indústrias no segmento metalmecânico, a cidade de Joaçaba consolidou sua posição de destaque no cenário estadual.
          O decreto-lei que criou o município é o 1147, de 25 de agosto de 1917, sancionado pelo então governador do Estado, coronel Felipe Schmidt. O município, com o nome de Cruzeiro e sede provisória em Limeira só foi instalado em novembro de 1917. A Lei Municipal número 15, de 02 de janeiro de 1919, criou o Distrito de Limeira e a Lei Estadual 1243, de 20 de agosto do mesmo ano, transferiu a sede para o povoado de Catanduvas, que passou à categoria de vila, com o nome de Cruzeiro.
          Em 1926, pelo Decreto Estadual 1848, a sede retornou ao povoado de Limeira. Em 1938, pelo Decreto Estadual 86, a Vila Cruzeiro do Sul foi elevada à categoria de cidade, com o nome de Cruzeiro. Finalmente, em 1943, pelo Decreto-Lei Estadual número 238, de 31 de dezembro, município e cidade passaram a denominar-se Joaçaba.
          Em obediência à legislação federal que proibia a duplicidade de topônimos para cidades e vilas brasileiras, o município e a cidade passaram a denominar-se Juaçaba, palavra que em tupi-guarani quer dizer "encruzilhada" ou "cruzeiro", para alguns, e "cruz dos índios", para outros. Logo depois, a Câmara dos Vereadores modificou o termo para Joaçaba.
          Com o passar dos anos, o grande território começou a diminuir em virtude do crescimento das vilas e distritos. Catanduvas, Luzerna e Herval d'Oeste, hoje consideradas cidades-irmãs, junto com Joaçaba, tornaram-se independentes, porém, ainda muito ligadas à Capital do Meio-Oeste.

População: 27.020 habitantes em 2010
Área: 232,354 km2
Quem nasce lá é ...joaçabense
Emancipação: 25 de agosto de 1917

Reportagem: Ângela Bastos, Melissa Bulegon e Paola Loewe.
Fotos históricas: Acervo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina
Fotos atuais: Eduardo Cavalcanti, Felipe Carneiro e Alvarélio Kurossu.

Fonte: Retratos do desenvolvimento. Passado, presente e futuro das cidades catarinenses a partir de fotos históricas: Oeste , Meio-Oeste e Serra. Grupo RBS. Diário Catarinense, A Notícia e Jornal de Santa Catarina: 24/11/2011. p. 6-7.


Um comentário:

  1. Wieland
    Essa reportagem de nossa querida Joaçaba escrita por Ângela Bastos, Melissa Bulegon e Paola Loewe, Grupo RBS Jornal de Santa Catarina 2011. com pitadinha sua, mostra mais uma maravilha de cidade se seu desenvolvimento.
    A fato da pacata XV de novembro de outrora, é sensacional. Como citado, o cheirinho sempre fica, e isso parece até quando eu vejo a foto, aqui exposta.
    Joaçaba de tantas tradições, no cotidiano, no esporte JASC – na sua gente e sua vida pacata, que nem tanto é mais.
    Adalberto Day cientista social e pesquisador da história. Em Blumenau

    ResponderExcluir