terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Piratuba: "Retratos do desenvolvimento" - 24/11/2011


Iniciamos nossas postagens referentes ao caderno "Retratos do desenvolvimento", ao qual nos referimos na postagem anterior, reproduzindo, integralmente, matéria sobre o belo município de Piratuba, originalmente veiculado nos jornais do Grupo RBS que circulam em Santa Catarina.
Tenho muito orgulho dos vários alunos com os quais tive o privilégio de trabalhar na UNOESC de Joaçaba e que se dedicam profissionalmente ao turismo em Piratuba, especialmente nos empreendimentos hoteleiros da cidade.
Quem visita a cidade, pode aproveitar, além das águas termais e de outros equipamentos turísticos, o nostálgico e divertido passeio de Maria Fumaça entre Piratuba e Marcelino Ramos (RS) promovido pela ABPF - Associação Brasileira de Preservação Ferroviária.



          Ontem, o menino brincava na estrada de chão povoada por casarões de moradia e de comércio. Hoje, o comerciante Camilo Batistelli tenta localizar as ruínas da igrejinha católica, do açougue e do armazém do lugarejo antes chamado de Vila Esteves Júnior, atual Comunidade Uruguai, às margens do Rio do Peixe, em Piratuba. Na imagem antiga, os trilhos por onde deslizavam os vagões. Na paisagem atual, paralelas em aço que conduzem apenas à história.
          A antiga estação do trem ainda está em pé. Também o paradouro, o hotel que hospedava aqueles que estavam de passagem. Na memória do morador Batistelli, tempos de singularidades. A instalação da família vinda do Rio Grande do Sul, os ensinamentos dos pais. Em meio ao mato salpicado com pedras escorregadias pala chuva, a redescoberta do pequeno templo que, aos domingos, abarcava famílias de descendentes de italianos.
          - A gente era pequeno, mas lembra até dos donos das casas. O morro era atrás e o rio correndo ali embaixo. A comunidade era toda acima do rio, mas, com o passar dos anos, foi desaparecendo e muitas mudaram-se para o outro lado - recorda.
          O cenário das terras de Piratuba, no Meio-Oeste do Estado, repete uma característica na região já no começo do século 20. O começo da colonização deu-se pela construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, da empresa Brasil Railway, entre 1907 e 1910. A ferrovia, utilizando o traçado do Caminho das Tropas, rasgava o sertão para facilitar o escoamento da produção. Na Estação Rio do Peixe, primeiro nome da atual Piratuba, o representante da empresa era o alemão Otto Deiss. Com a chegada, a partir de 1913, de famílias de origem alemã vindas de São Leopoldo, foi fundada a Vila do Rio do Peixe, pertencente ao município de Campos Novos. Com o seu desenvolvimento, a Vila do Rio do Peixe foi elevada à categoria de distrito no ano de 1923. Piratuba, no tupi-guarani, significa "abundância de peixes". A instalação do novo município aconteceu em 18 de fevereiro de 1949.


HOJE, DESTAQUE NA EDUCAÇÃO

          A economia da cidade de Piratuba também deslizou nos trilhos do trem. Com a estrada de ferro em atividade, foram implantadas alternativas de renda, como criação de gado, produção agrícola e extração de madeira. Em 1964, a Petrobrás encontrou um lençol de águas sulfurosas a 674 metros de profundidade. As águas estão sempre em 38,6°C e os banhos são considerados terapêuticos.
          A educação merece destaque. A Escola Municipal Professora Amélia Poletto Hepp serve de modelo. A unidade tem lousas digitais nas 17 salas de aula, que permite aos alunos interagir com o conteúdo exposto. As lousas têm internet, ligada a um servidor próprio da escola e permitem que o professor escreva e apague como nos antigos quadros-negros, mas os alunos gostam mesmo é da interação.

APOSTA NA QUALIDADE DE VIDA

          Turismo e qualidade de vida. O binômio procura ser executado em Piratuba, cidade que recebe em torno de 300 mil visitantes por ano. Isso para atender a um perfil traçado e que permitiu concluir que o visitante de Piratuba, especialmente de suas águas termais, procura por saúde e tranquilidade. Outro importante foco é o turismo náutico pelas águas do Rio do Peixe. Piratuba se destaca também por possuir uma rede hoteleira qualificada, além de casas de veraneio, pousadas e áreas de camping.
          Quem visita a cidade de Piratuba percebe que a parte central possui Centro Histórico. Os moradores se sentem estimulados e as casas são bem cuidadas, com jardins limpos e floridos.

População: 4.786 habitantes em 2010
Área: 145.704 m2
Quem nasce lá é...piratubense
Emancipação: 18 de fevereiro de 1949

Reportagem: Ângela Bastos, Melissa Bulegon e Paola Loewe.
Fotos históricas: Acervo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina
Fotos atuais: Eduardo Cavalcanti, Felipe Carneiro e Alvarélio Kurossu.

Fonte: Retratos do desenvolvimento. Passado, presente e futuro das cidades catarinenses a partir de fotos históricas: Oeste , Meio-Oeste e Serra. Grupo RBS. Diário Catarinense, A Notícia e Jornal de Santa Catarina: 24/11/2011. p. 6-7.





Um comentário:

  1. Professor Wieland
    Que foto espetacular essa de Piratuba da década de 1930, do século passado.
    Também dados referentes ao caderno “Retratos do desenvolvimento originalmente veiculado nos jornais do Grupo RBS que circulam em Santa Catarina”.
    Professor Wieland se orgulha deste pedacinho de chão por ter lecionado na UNOESC de Joaçaba como cita, e poder ter contribuído com alunos que se dedicam ao turismo dessa cidade tão importante que é Piratuba.
    Belos dados históricos e atuais trazidos até nós pelo documentário e pelo professor Wieland.
    O Turismo é muito forte nesta cidade como é nos relatado – e povo contribuí, o que é muito importante.
    Adalberto Day cientista social e pesquisador da história em Blumenau

    ResponderExcluir