Tigrinhos foi a segunda cidade da Região Oeste que mais recebeu imigrantes entre os anos 2000 e 2010, segundo estudo feito no período pelo IBGE. O acréscimo foi de 35,13%. Segue reprodução do texto com memórias de Olívio Baczinski, ele mesmo um imigrante de Tigrinhos, publicado no encarte do Jornal de Santa Catarina em 24/06/2012.
Olívio Baczinski tem 76 anos de idade e registrou em cartório boa parte dos nativos de Tigrinhos.
"Nasci em Erechim, no Rio Grande do Sul, e vim para Santa Catarina há 52 anos. Há 47 me instalei onde hoje é o município de Tigrinhos, para montar o primeiro cartório da cidade. Na época, tinham umas 150 casas aqui; hoje passam de 400. No início, 90% do movimento do município era agricultura, só mais tarde vieram os aviários. Como tinha pouca gente e o pessoal era muito pobre, o cartório não dava muito dinheiro. E e minha esposa Rita complementávamos a renda criando uns porquinhos e vacas de leite.
Tinha muita gente aqui sem registro. Traziam quatro ou cinco por vez para registrar. Tinha gente de idade que não era registrado. Muitos a gente fazia gratuitamente. Registrei boa parte dos nascimentos, casamentos e óbitos de Tigrinhos.
Fui o primeiro prefeito da cidade, entre 1997 e 2000. Naquela época, a receita era pouca e não conseguíamos muita coisa em Brasília. Compramos a primeira caneta, alugamos o primeiro prédio e colocamos água potável em 70% das casas. A emancipação foi muito boa para Tigrinhos. Hoje é um lugar muito bom. Tem saúde e educação, e não existe ladrão.
Não temos indústria mas muita gente mora aqui e vai trabalhar em Maravilha, de lotação. Há cinco ou seus anos chegou o asfalto que facilitou o deslocamento.
Criei meus quatro filhos aqui e um deles assumiu o cartório. Gostamos de Tigrinhos. Só não está melhor porque a saúde vai minguando. Mas a cidade aqui é muito boa de morar."
Texto: Olivio Baczinski
Reportagem: Daisy Trombetta, Darci Debona e Pablo Gomes.
Produção: Roberta Kremer e Mariju de Lima
Edição: André Lückmann
Diagramação: Fabiano Peres
Imagem: Sirli Freitas