A região Oeste Catarinense deve se orgulhar do empreendedorismo de seu povo, que ao longo do último século fez nascer grandes indústrias, sobretudo no setor alimentício. De uma delas, a Sadia, do município de Concórdia, surgiu a Sadia S.A. Transportes Aéreos, mais tarde Transbrasil, que chegou a ser a terceira maior companhia aérea do Brasil.
Avião Douglas DC-3 da Sadia - Aeroporto Comandante Kraemer - Erechim/RS - 1958
Sadia S.A. Transportes Aéreos
A Sadia S.A. Transportes Aéreos foi fundada em 05/01/1955 por Omar Fontana, filho de Attilio Fontana, que em 1944 fundara, em Concórdia, a Sadia S.A., potência do ramo alimentício no Brasil, hoje parte do Grupo Brasil Foods. A companhia aérea foi criada com o objetivo de transportar carne fresca de Santa Catarina para o São Paulo, mas em pouco tempo ofereceu seus serviços também ao transporte de passageiros. Assim, com o Douglas DC-3 prefixo PP-ASJ teve início, em 16/03/1956, o serviço de transporte de carga e passageiros entre Joaçaba, Videira, Florianópolis e São Paulo.
Alguns anos mais tarde, em 1961, com a aquisição da Transportes Aéreos Salvador, a empresa amplia sua frota e passa a atender também a Região Nordeste.
A Transbrasil
A mudança da razão social da Sadia S.A. Transportes Aéreos para Transbrasil se deu com a abertura do capital da empresa aos seus funcionários em 1973. A década de 1970 foi de crescimento para a empresa e marcada pela inauguração da era do jato na mesma, com a aquisição, já em setembro de 1970, do primeiro de seus oito jatos BAC 1-11. Aquele tempo termina com a Transbrasil na posição de terceira maior companhia aérea do Brasil, uma frota de dez Boeing 727-100 e com uma marca registrada em suas aeronaves: a pintura em cores alegres e chamativas.
Boeing 727-100 da Transbrasil
A década de 1980 foi de ampliação e consolidação e a chegada de três Boeing 767-200 abriu a fase dos vôos charter para os EUA. Mas a 'Década Perdida' deixou profundas marcas na empresa*: os sucessivos planos econômicos, com o desastroso congelamento de preços, mas não de custos, ocasionou enormes prejuízos. Omar Fontana abriu uma processo contra o Governo em setembro de 1988 exigindo reparação de perdas, o que levou a empresa a uma rigoroso intervenção federal que o afastou do comando e levou à devolução da empresa, pouco mais de um ano mais tarde, com seu patrimônio dilapidado.
Na década de 1990 buscou-se na expansão das rotas internacionais nas Américas do Norte e do Sul, Europa e até mesmo Extremo Oriente, uma saída para a grave crise, medida que acabou não levando ao sucesso almejado. Em 1998, por motivo de doença, Omar Fontana deixa o dia a dia da empresa, não sem antes assistir ao encolhimento da empresa que fundou. No mesmo ano ganha o processo movido contra o Governo, mas já era tarde. Falece em 08/12/2000 e em 03/12/2001 a empresa tem seus vôos cancelados por falta de crédito para compra de combustível, marcando o encerramento de suas atividades. No início de 2002 tem sua falência decretada.
Entre 1995 e 2001 a Transbrasil manteve a Interbrasil STAR, seu braço em operações regionais, atendendo a vários estados, incluindo Chapecó/SC. Durante as décadas de 1980 e 1990 manteve também uma subsidiária para suas operações de carga, a Aerobrasil Cargo.
*Não somente na Transbrasil. Varig/Cruzeiro e Vasp também sucumbiram àqueles tempos.
Fonte: www.wikipedia.com.br
Imagens: Arquivo Histórico - Prefeitura Municipal de Erechim + Vito Cedrini/ www.airliners.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário