quinta-feira, 21 de abril de 2016

Xanxerê e Ponte Serrada: Tornado - a cronologia de uma tragédia - I - 21 de abril de 2015

Com esta postagem damos início à publicação da cobertura dada pelo Jornal de Santa Catarina à tragédia que se abateu sobre Xanxerê e Ponte Serrada na tarde de 20 de abril de 2015. Há um ano, portanto, um tornado varreu a região causando mortes e prejuízos materiais aos dois municípios. Perceberá o leitor que o município de Ponte Serrada não foi citado no início, provavelmente devido às dificuldades de comunicação no dia do vendaval.


Xanxerê após a passagem do vendaval - Fig. 1

VENTO CAUSA ESTRAGOS NO OESTE
Rajadas de 84 km/h deixam dois mortos, 60 feridos e 158 mil unidades consumidoras sem luz em Xanxerê

     Uma tempestade ontem à tarde deixou um rastro de estragos pelo Oeste de Santa Catarina. De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros de Xanxerê, Walter Parizotto, existe a suspeita de que um tornado tenha passado pela cidade. Os ventos passaram de 84 km/h nesta tarde. Até o início da noite, duas mortes haviam sido confirmadas pela Defesa Civil em Xanxerê, além de 60 feridos.
     - Há a informação de óbitos na região, mas estamos com problemas na comunicação por internet e telefone o que dificulta nossa ação - comentou.
     Em Xanxerê os bairros Tacca e dos Esportes foram os mais afetados pelo vendaval. Os bairros Colatto, São Jorge, Bortolon, Pinheiro e Vila União também foram atingidos. Dados preliminares do coordenador regional da Defesa Civil, Luciano Peri, apontam que 500 casas foram atingidas. Os ventos fortes também desabaram o Ginásio Municipal Ivo Sguissardi, o principal da região.

ESTRAGOS Ventos passaram dos 84 km/h e destruíram imóveis - Fig. 2

     Segundo informações da Rádio Super Difusora Xanxerê, os feridos chegavam a todo momento ao Hospital Regional São Paulo, que inclusive recruta ajuda de voluntários para auxiliar no atendimento.
     Três viaturas do Corpo de Bombeiros de Chapecó se deslocaram até a cidade para auxiliar no atendimento de ocorrências.
     Pelo menos 158 mil unidades consumidoras estão sem luz nas regiões de Concórdia e Chapecó, segundo o boletim da Celesc, das 17h. Chapecó lidera as cidades com maior número de unidades sem luz com cerca de 83 mil, Concórdia aparece logo atrás com 32 mil e Seara com 6,5 mil. Xanxerê ainda não consta no site da Estatal.
     De acordo com a Celesc, os ventos fortes derrubaram torres de transmissão da subestação de Xanxerê, que abastece a região Oeste. Ainda à tarde, a Estatal começou a deslocar equipes de atendimento que estavam em cidades vizinhas para encontrar os defeitos na rede e repará-los. Mesmo assim, no início da noite, ainda não havia previsão de volta da energia elétrica.

Fonte: Jornal de Santa Catarina - Notícias - Geral / Clima - 21/04/2015 - p. 15
Imagens: Sirli Freitas - Especial (Fig. 1) + Rádio Atual FM 103,5 - Divulgação (Fig. 2)

Também o jornalista Moacir Pereira noticiou, na edição de 21/04/2015, o vendaval que varreu parcialmente o Oeste Catarinense no dia anterior.



Colapso de energia no Oeste

     O violento temporal que atingiu o município de Xanxerê deixou pelo menos 30 municípios do Oeste catarinense totalmente às escuras. Mais de 190 mil unidades consumidoras foram prejudicadas pela queda das torres de transmissão da Celesc. Além das vítimas e dos prejuízos materiais de milhares de famílias, a situação inédita provocou muita apreensão na região.
     Prefeitos, Defesa Civil e outras organizações públicas e privadas se mobilizaram para atender os feridos e as famílias que ficaram desabrigadas. Declararam-se impotentes para enfrentar a escuridão da noite. O prefeito de Xanxerê, Ademir Gasperini, estava desolado com o que ocorreu na cidade. O prefeito de Chapecó, José Caramori, procurou levar ajuda ao vizinho, mas teve adversidades. Recrutou todas as forças policiais no reforço ao esquema de segurança. Seu município tem hoje mais de cerca de 200 mil habitantes e esta população viveu uma noite incomum. Sem energia, além dos riscos relativos à insegurança, a desinformação, o não funcionamento de equipamentos em hospitais e os prejuízos que poderão vir para avicultores e suinocultores, cujas instalações dependem muitas vezes da energia elétrica, geram preocupação.
     A Celesc, a Defesa Civil, as prefeituras e vários órgãos ligados à segurança encontraram dificuldades iniciais por falta de comunicação. A telefonia celular não funcionou.
     A triste ocorrência deixa dúvida se SC está preparada para esses impactantes fenômenos da natureza.

Fonte: Jornal de Santa Catarina - Coluna Moacir Pereira - 21/04/2015 - p. 6
Imagem: Arquivo pessoal

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