Notícia da edição de 06/10/2015 do Jornal de Santa Catarina trata do debate referente ao uso da tecnologia para evitar erros de árbitros e assistentes. A confusão feita pela arbitragem no jogo em que a Chapecoense goleou o Palmeiras por 5 a 1, em 04/10/2015, contribuiu para que o tema fosse debatido.
POLÊMICA DA RODADA Egídio (E) foi expulso pelo árbitro, que voltou atrás minutos depois
No sábado, houve mesa-redonda entre jogadores do Sport e o juiz para discutir se o gol de Lisandro López foi com o braço. No dia seguinte, mais resenha sobre a expulsão de Egídio, do Palmeiras contra a Chapecoense. Nesse caso, acrescida da insólita volta do lateral-esquerdo do vestiário para o campo depois de revista sua expulsão. Os quartetos de arbitragem negam amparo no vídeo para tomar as decisões nesses jogos. Tantos desacertos aquecem ainda mais o debate sobre o uso da tecnologia em lances mais espinhosos.
A Comissão de Arbitragem da CBF aprova a decisão de seus árbitros, mesmo as antecedidas por minutos de discussão em campo. Toma essa posição enquanto espera por definição da International Board à sua solicitação para adotar o árbitro de vídeo a partir de 2016. A primeira resposta foi negativa. A alegação da Board é de que o Brasil solicitou o uso do vídeo em caráter efetivo, sem período de testes. Os trâmites no órgão, porém, funcionam em outro ritmo. Primeiro é preciso fazer estudo seguido de experimentação em ligas menores, análise de estatísticas e, depois disso, longa discussão entre integrantes. O que consome dois anos.
A Board não fechou a porta à CBF. Em sua resposta disse que a ideia segue em pauta e uma decisão será tomada em março, no próximo congresso. A ideia é de que o novo presidente da Fifa, eleito em 26 de fevereiro, opine sobre a mudança.
O tamanho do projeto holandês na comparação ao apresentado pela CBF faz o comentarista da Rede Globo e ex-árbitro Leonardo Gaciba levantar o cartão amarelo. Gaciba apelidou o projeto brasileiro de "Gol da Alemanha".
Como todo árbitro ou ex-árbitro, Gaciba é a favor da adoção do vídeo para ajudar nas decisões do futebol. Mas defende que o tema seja aprofundado.
Pelo projeto da CBF, a decisão de pedir para rever o lance deveria partir do árbitro. Em caso de dúvida, pediria o auxílio do árbitro de vídeo. Em segundos, esse veria no monitor e daria a resposta por ponto eletrônico. Mas, e se houver um novo lance d lado contrário e o árbitro de vídeo não for consultado? Nesse caso seguiria a discussão. Numa prova de que nada envolvendo arbitragem se decide no primeiro trilar do apito.
Fonte: Jornal de Santa Catarina - Esportes - 06/10/2015 - p. 27
Texto: Leonardo Oliveira
Imagem: Sirli Freitas - Especial
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