Matéria de janeiro de 2015 do Jornal de Santa Catarina dá destaque ao controle financeiro de times de SC, considerados referência para o país.
Arena Condá - Chapecó/SC
A temporada 2015 será uma das melhores para o futebol catarinense, com quatro times na Série A do Brasileirão. O resultado em campo é reflexo de um bom desempenho também fora das quatro linhas. Uma série de quatro relatórios publicados em dezembro pela Pluri Consultoria, especializada em gestão, governança, finanças e marketing esportivo, destaca os clubes do Estado como exemplo na administração de finanças.
Entre 30 equipes, a Chapecoense lidera o ranking de "evolução financeira", é segunda colocada em "saúde financeira" e só não tem um índice final melhor, de "estrutura financeira", porque ainda está longe da receita e patrimônio dos grandes clubes nacionais, como São Paulo, Corinthians e Internacional. E os dados são referentes ao balanço financeiro de 2013, quando o Verdão do Oeste estava na Série B do Campeonato Brasileiro.
O economista Fernando Ferreira, diretor da Pluri, explica o que significam esses resultados:
- Saúde financeira é como estão os indicadores de endividamento e de liquidez do clube, ou seja, qual o estado geral das finanças. Já a estrutura financeira combina isso ao porte do clube, além de uma trajetória de melhoria constante nos resultados.
Segundo ele, um clube gigante que tenha uma saúde financeira boa tem estrutura financeira melhor que o pequeno em mesma condição.
Na cola do time de Chapecó, o Criciúma é o segundo melhor catarinense na avaliação final, seguido por JEC, Avaí e, na 28ª colocação, o Figueirense - o que deve mudar nos próximos relatórios, já que os três últimos estão na Série A, enquanto o Tigre caiu para a Segundona e receberá cotas de televisão bem inferiores.
"OS CATARINENSES TÊM GESTÃO SUPERIOR"
Entrevista - Fernando Ferreira, Diretor da Pluri Consultoria
O sucesso dos times de Santa Catarina nos controles das finanças é elogiado pelo diretor da Pluri Consultoria, Fernando Ferreira, que credita a evolução ao nível de gestão executado:
Qual a avaliação geral sobre esse ranqueamento?
Fernando Ferreira - Os clubes de menor porte têm cuidado mais da saúde financeira. Como não têm a força do poder econômico, não estão no eixo Rio-São Paulo, não recebem cotas gigantescas da TV, resta serem muito eficientes para se faça mais com menos. É a dona de casa com renda média que cuida do dinheiro para render mais em comparação àquela família de nome do passado, quebrada, mas que continua gastando muito.
A posição da Chapecoense surpreende?
Ferreira - Os clubes catarinenses, os cinco, têm um nível de gestão superior ao de outros estados, A fotografia deste momento favorece a Chapecoense, mas quando sair o balanço de 2014, o Figueirense, por exemplo vai melhorar bastante, já que seu faturamento subiu muito na Série A.
O que seria essa gestão superior?
Ferreira - É o Estado em que a gente vê a gestão profissional dos clubes ser levada mais a sério. Prova de quão importante é tratar o clube como se fosse uma empresa, buscando o maior resultado para aumentar o investimento no futebol. O que os catarinenses vivem hoje é fruto disso. Estão se beneficiando da bagunça organizacional do futebol brasileiro, já que os grandes clubes, como têm um orçamento enorme, não têm nenhuma preocupação com a eficiência, gastam mal, pagam salários altíssimos. Os clubes mais prejudicados pelo sistema de distribuição de cotas no Brasil são os catarinenses.
Fonte: Jornal de Santa Catarina - Esportes - 07/01/2015 - p. 19
Texto: Mariana Gianjoppe
Imagem: Porthus Junior - BD - 28/10/2014
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